Na TV, Sindicato denuncia a alta sobrecarga na Caixa

Filas intermináveis, aglomeração, relatos de agressão física e verbal aos empregados, confusão com vigilantes. Um caos. Esta é a realidade nas agências da Caixa em decorrência do pagamento auxílio emergencial para os trabalhadores prejudicados com a pandemia de Covid-19. 


O movimento sindical aponta que a Caixa está assumindo o ônus de uma irresponsabilidade do governo federal, que subestimou o número de pessoas que necessitam do benefício no Brasil. Para o presidente do Sindicato dos Bancários da Bahia, Augusto Vasconcelos, toda rede bancária deveria estar à disposição da sociedade para desafogar a instituição financeira e atender todo mundo. 


Durante entrevista à Rede Bahia, na manhã desta terça-feira (05/05), Vasconcelos ressaltou que 50 milhões de pessoas já receberam o benefício e quase 20 milhões ainda aguardam para receber. “É humanamente impossível um único banco dar conta dessa demanda, de um país de tamanho continental como é o Brasil”. 


Os trabalhadores da Caixa estão desempenhando um trabalho árduo, pois o banco funciona com a quantidade menor de empregados. Muitos estão trabalhando de casa, por conta da pandemia.  Por isto, o Sindicato tem cobrado que o poder público auxilie o banco, com a Guarda Municipal, Polícia Militar e outros órgãos municipais, estaduais e federais, já que muitos clientes vão às agências apenas para se informar.  


Acaba nesta sexta-feira (08/05) o prazo dado pelo Ministério Público Federal e o Ministério Público Estadual ao governo do Estado e a União, para apresentarem um plano de ação para solucionar o problema das filas nas agências da Caixa, com posição sobre o distanciamento entre os clientes e o tempo de atendimento.  


Ações
Por conta do tamanho do banco, o Sindicato considera seis mil novos trabalhadores, entre vigilantes e recepcionistas, um número insuficiente para a quantidade de pessoas que precisa de atendimento. Na entrevista, o presidente do SBBA destacou que mais de 98% das agências o banco tem fornecido proteção coletiva, como protetor acrílico para impedir separar o atendimento interno entre as pessoas.


O Comando Nacional Bancários reivindicou desde o início da pandemia EPIs (Equipamentos de Proteção Individual), como máscaras descartáveis e de acrílico, álcool gel e luvas para quem manuseia as cédulas. Mesmo assim, o Sindicato já recebeu informação que dezenas de bancários estão contaminados com Covid-19.

 
Vasconcelos ainda ressaltou problemas como desvio de função e sobrecarga de trabalho. Os empregados estão trabalhando na organização de filas, como visto na unidade de Periperi, em Salvador. Além disso, as agências estão abrindo muito cedo e fechando bem tarde. “Estes funcionários estão na linha de frente e merecem, sim, reconhecimento, e ainda merecem, sobretudo, a valorização para que tenham condições dignas para atender a população”.