Governo insiste em fatiar a Caixa. Mesmo com a Covid  

Nem mesmo em meio à pandemia de Covid-19, o governo dá uma trégua e o desmonte da Caixa continua. É que a abertura de capital da Caixa Cartões pode ser antecipada e sair do papel antes da Caixa Seguridade. De acordo com o presidente do banco, Pedro Guimarães, só vai depender da velocidade de retomada da atividade econômica após a crise. 


Como a abertura de capital das duas companhias é apontada como prioridade, Guimarães disse que vai considerar se o ambiente é propício para a precificação das ações no mercado. Além de avaliar os impactos que o IPO da Caixa Seguridade poderia ter ante a operacionalização de suas joint ventures (associações entre empresas) em fevereiro de 2021. Outras duas parcerias devem ser anunciadas até o início de junho para o braço de cartões.


“Enquanto os empregados da Caixa se matam para ajudar no enfrentamento da pandemia, a direção do banco trama a sua privatização”, destaca o secretário geral da Federação da Bahia e Sergipe, Emanoel Souza.


Apesar de dizer que existe zero chance de abrir capital para vender as companhias a qualquer preço, o presidente do banco afirmou que o IPO [lançamento de ações no mercado de capitais] da Caixa Seguridade acontecerá primeiro, caso o país recupere até setembro. 


Reforçou ainda que se a recuperação começar em novembro, a proximidade da operacionalização das joint ventures de seguros pode acabar gerando uma precificação menor do que o esperado. “Então fará mais sentido passarmos a abertura de capital da Caixa Cartões na frente". Ou seja, o que importa é privatizar alguma parte do banco.