Entidades debatem defesa da Caixa e o legado social nesses 160 anos

Foram intensas as discussões na live debate sobre o aniversário dos 160 anos Caixa, promovida na noite de terça-feira (12) pela Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) e a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT). Mais de 3 mil pessoas acompanharam a transmissão pelo Facebook e Youtube da Federação. Os debatedores e convidados esclareceram como a ameaça de privatização pode atingir a capacidade social desse banco público, e o papel das entidades sindicais e associativas nas lutas e ainda sobre a atuação dos empregados durante o atendimento emergencial na pandemia.


Os apresentadores Helder Maldonado e Marco Benzzi dos “Galãs Feios” conversaram com os internautas sobre os pontos tratados no vídeo “ As 10 coisas que você precisa saber sobre a Caixa” e em seguida o presidente da Fenae, Sergio Takemoto, falou da problemática envolvida na criação do banco digital, que recentemente recebeu um parecer inicial favorável do Banco Central.


“A digitalização do banco representa o fim da Caixa Econômica, de sua sobrevivência enquanto banco público”, alertou Takemoto. O presidente da Fenae revelou o que se oculta na criação de mais de 100 milhões de poupanças digitais na Caixa durante a pandemia, que embora demonstre a grande dimensão e capacidade do banco, ao mesmo tempo, se configura como uma privatização disfarçada. Tratando-se de dividir o banco em várias partes (subsidiárias) e uma venda disfarçada de cada uma delas.


Rita Lima, diretora de Relações do Trabalho da Fenae e da Intersindical, justificou que os serviços oferecidos pelo banco ao longo dos anos é próprio de toda a população brasileira e convidou a população a defender o banco, que atendeu aproximadamente 120 milhões de pessoas durante a emergência da pandemia. “ Não podemos deixar privatizar esse banco. Conclamamos a quem se beneficia das políticas públicas da Caixa que se somem às entidades sindicais e associativas em defender nosso patrimônio”.


Emanoel Souza, conselheiro fiscal da Fenae, secretário-geral da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe (Feeb) e da coordenação da CTB Bancários, falou sobre o legado e a vocação do banco que sempre foi de socorro à população desassistida, assim como ocorreu no período da escravidão. Emanoel falou sobre o papel dos empregados da Caixa e das entidades de trabalhadores nos serviços e que dão suporte na realização dos sonhos da população pobre. “ Não dá para definir a Caixa em poucos elementos. Ele é o banco dos sonhos da população pobre desse Brasil, que é um país tão desigual”, relatou.


Fabiana Proscholdt, coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa) e secretária de Cultura da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), reforçou o potencial dos serviços públicos, a necessidade das estatais e da Caixa na prestação das políticas públicas, além de cobrar mais valorização por parte da direção da Caixa para com os trabalhadores.


“Quem constrói a Caixa no dia a dia são os empregados da Caixa, com todas as dificuldades e condições de trabalho precárias, porque eles estão sobrecarregados e com metas desumanas”, disse Fabiana, ao lamentar que, infelizmente, não tem sido possível prestar serviços de excelência, como a população merece, devido às precárias condições nas agências, desfalque no número de empregados e difíceis condições nos postos de trabalho. O presidente do Conselho Deliberativo Nacional da Fenae, Jadir Garcia, falou em vídeo sobre a temática em discussão.


Os internautas puderam conferir, vídeos, depoimentos sobre a importância do banco da cidadania e do desenvolvimento social, além das mensagens dos ex-presidentes da Caixa Gilberto Occhi, Maria Fernanda e Mirian Melchior. Os parlamentares Enio Verry (PT/PR), José Carlos (PT/MA) e Érika Kokay (PT/DF) conversaram sobre a atuação no Legislativo para barrar a política e os projetos de privatização das estatais, como os que atingem a Caixa.

Fonte: Fenae