Salário baixo aprofunda desigualdades no país

O salário mínimo previsto no Orçamento para 2022, de R$ 1.210,00, ainda está longe de ser suficiente. Apesar de ser um pouco maior do que o proposto pelo governo Bolsonaro em agosto (R$ 1.169,00), não acaba com as desigualdades aprofundadas pela política de austeridade e com o descaso com a pandemia de Covid-19.


Hoje, o piso salarial pago ao trabalhador é de R$ 1.100,00, R$ 41,44 superior aos estimados pelo governo. O valor previsto pelo relator do Orçamento leva em consideração um aumento em 2021 de 10,04% do INPC, indicador de valor que é usado como referência para o mínimo.


Na verdade, o salário mínimo ideal para atender as necessidades básicas de uma família de quatro pessoas subiu para R$ 5.969,17 em novembro, segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). Mas, o governo reduz a massa salarial e os trabalhadores perdem poder de compra. 


Dos 30 milhões de aposentados, 20 milhões recebem o mínimo. O presidente da CTB, Adilson Araújo, salienta que este é o dinheiro que volta mais rápido para o cofre do governo, “porque bate na boca do caixa e já vai para a quitanda, o supermercado, o botijão de gás, convertendo-se em imposto”.