Setembro Amarelo: prevenir, identificar e cuidar 

A Opas (Organização Pan Americana de Saúde) alerta que metade dos problemas de saúde mental começa aos 14 anos, mas muitas vezes passam despercebidos. A prevenção e o tratamento das doenças mentais são cruciais

Milhares de jovens enfrentam uma rotina que nem sempre propicia conexões genuínas, criando um ambiente onde a formação social de crianças e adolescentes ficam em segundo plano. Estas experiências impactam negativamente na saúde mental, um tema de crescente preocupação na sociedade contemporânea. 


A campanha do Setembro Amarelo é uma boa oportunidade para fazer uma reflexão sobre os números assustadores. Entre 2016 e 2021, o suicídio cresceu 45% entre os jovens de 10 a 14 anos e 49,3% na faixa de 15 a 19 anos, segundo o Ministério da Saúde. Em 2018, quase 10% dos jovens de 10 a 14 anos apresentaram comportamento suicida. 


Um estudo da UFF (Universidade Federal Fluminense) com pessoas entre 10 e 16 anos revelou que a automutilação está relacionada com adversidades precoces, como bullying e abusos. A depressão também está ligada à autolesão, com uma correlação de 65%.


Ainda segundo a pesquisa, 88,5% utilizam objetos cortantes, como gilete, apontador e estilete. Prevalência de braços, mãos ou pulsos em 94,1% dos casos. Para identificar adolescentes em risco, é crucial observar sinais como irritabilidade, isolamento social e queda no desempenho escolar. 


Em 2019, a notificação compulsória de casos de autolesão e comportamento suicida tornou-se lei, e que institui a Política Nacional de Prevenção da Automutilação e do Suicídio.     


A Opas (Organização Pan Americana de Saúde) alerta que metade dos problemas de saúde mental começa aos 14 anos, mas muitas vezes passam despercebidos. O Brasil registra cerca de 12 mil suicídios por ano, principalmente entre os jovens. A prevenção e o tratamento das doenças mentais são cruciais para trazer esperança e qualidade de vida a esta geração.