Mercado de trabalho é cruel com a mulher

No setor bancário, a discriminação com a mulher é especialmente grave. Cobranças abusivas e assédio moral e sexual são comuns. A pressão para atingir metas inatingíveis gera altos níveis de estresse e esgotamento, enquanto o assédio moral, frequentemente disfarçado de "gestão de desempenho", cria um ambiente hostil que desestimula a permanência feminina no setor.

Por Camilly Oliveira

O ambiente de trabalho para as mulheres no Brasil é marcado pela hostilidade e desigualdade. Reflexo da cultura machista e patriarcal que não valoriza a equidade de gênero como deveria. A realidade compromete não apenas o bem-estar, mas perpetua a disparidade profissional.

 

O relatório Women in Business revelou um cenário de avanços significativos, mas também desafios persistentes para as mulheres em posições de comando. A representatividade feminina em cargos de liderança no Brasil saiu de 33% para 38% no último ano. O avanço indica que as empresas reconhecem cada vez mais o valor das profissionais em posições estratégicas. Mas, a disparidade é evidente quando apenas 9% das empresas possem CEO mulher.

 

Cerca de 58% das entrevistadas citaram as expectativas relacionadas ao trabalho como a principal barreira para o avanço nas carreiras. A falta de flexibilidade é um obstáculo para aquelas que assumem responsabilidades familiares. Isso reflete uma barreira cultural e estrutural que dificulta a entrada e o avanço das profissionais em campos tradicionalmente dominados por homens. A promoção de políticas de incentivo e capacitação é crucial para reverter a disparidade e promover a igualdade de oportunidades.

 

Cenário grave no setor bancário

 

No setor bancário, a discriminação com a mulher é especialmente grave. Cobranças abusivas e assédio moral e sexual são comuns. A pressão para atingir metas inatingíveis gera altos níveis de estresse e esgotamento, enquanto o assédio moral, frequentemente disfarçado de "gestão de desempenho", cria um ambiente hostil que desestimula a permanência feminina no setor.

 

A baixa denúncia de assédio sexual indica um profundo problema de confiança e medo de retaliação. Importante destacar que somente com ações concretas e contínuas dos bancos será possível superar os desafios e promover uma verdadeira igualdade de oportunidades.