Capitalismo e desigualdade, a face da mesma moeda

O aumento da riqueza dos mais ricos em 2023 traz à tona uma das faces mais sombrias do capitalismo moderno, a desigualdade exacerbada. O capital, em sua forma ultraliberal, tem como objetivo primordial o acúmulo incessante do lucro, agravando a desigualdade em detrimento da grande maioria da população.

Por William Oliveira

O aumento da riqueza dos mais ricos em 2023 traz à tona uma das faces mais sombrias do capitalismo moderno, a desigualdade exacerbada. O capital, em sua forma ultraliberal, tem como objetivo primordial o acúmulo incessante do lucro, agravando a desigualdade em detrimento da grande maioria da população.
 

O Relatório sobre a Riqueza Mundial da Capgemini revela que o número de milionários aumentou 5,1% no último ano, totalizando 22,8 milhões de pessoas cuja riqueza coletiva alcançou a marca impressionante US$ 86,8 bilhões. 
 

Este fenômeno é atribuído, em grande parte, ao crescimento dos mercados de ações globais, impulsionados pela euforia em torno da inteligência artificial generativa. Segundo estimativas do estudo, se os três mil multimilionários do planeta pagassem pelo menos o equivalente a 2% de sua fortuna em impostos sobre o rendimento, isso poderia gerar uma receita de US$ 250 bilhões.
 

A desigualdade crescente não é um acidente, mas um produto direto das políticas ultraliberais que dominam a economia global. Estas políticas promovem a desregulamentação, a redução de impostos para os mais ricos e cortes nos gastos sociais, perpetuando um ciclo de enriquecimento dos já privilegiados e empobrecimento dos desfavorecidos.
 

O relatório da Capgemini também destaca propostas de nações do G20, como Brasil e França, para implementar um imposto mínimo global sobre as grandes fortunas. Esta medida poderia gerar receitas, mas enfrenta resistência feroz dos mesmos que se beneficiam do sistema atual. É evidente que uma mudança estrutural é necessária, mas essa transformação encontra barreiras impostas por interesses dos poderosos.