BC sufoca o brasileiro

A decisão é uma escolha política, que transfere para o povo os custos de uma inflação que não é causada por excesso de demanda, mas por fatores externos, como o clima, e internos, como margens de lucro abusivas de determinados setores.

Por Rose Lima

O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central mais uma vez ignora a realidade do povo brasileiro ao manter a Selic em patamar estrangulador, com a elevação de 14,25% para 14,75% ao ano, um dos índices mais restritivos dos últimos 20 anos.

 

A manutenção da taxa básica de juros em níveis tão altos representa a continuidade de um modelo de política econômica que só favorece o rentismo e impede o desenvolvimento sustentável do país. A decisão é uma escolha política, que transfere para o povo os custos de uma inflação que não é causada por excesso de demanda, mas por fatores externos, como o clima, e internos, como margens de lucro abusivas de determinados setores.

 

Relatórios recentes do próprio BC apontam que os principais fatores de pressão inflacionária seguem ligados aos preços de alimentos e da energia - ambos intensamente impactados por questões climáticas, geopolíticas e falhas de infraestrutura. Portanto, não tem sentido manter os juros no atual patamar para combater supostamente uma inflação que não tem relação com o aumento de consumo.

 

Estudos do FGV (Fundação Getúlio Vargas) reforçam o entendimento. Os aumentos nos alimentos estão ligados ao boicote do agronegócio e às mudanças climáticas, enquanto os preços da energia refletem problemas estruturais e ambientais.

 

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