Juros, um assalto ao bolso
As taxas cobradas no crédito livre para pessoas físicas chegaram a 58,3% ao ano. Para as empresas, os juros ficaram em 24,3% ao ano.
Por Ana Beatriz Leal
Com a Selic em 15% ao ano, patamar que deve se manter na reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central, nesta quarta-feira (30/07), tomar um empréstimo ou deixar de pagar o valor integral da fatura do cartão de crédito é um risco alto. Na verdade, um assalto ao bolso. Os juros médios cobrados pelos bancos no rotativo chegaram a 441,4% em junho.
No caso da taxa do cartão parcelado, chega a 182,5% ao ano. O índice da segunda linha de crédito mais cara do mercado, o cheque especial, ficou em 137,5% ao ano. Já o do consignado, 26,3% ao ano.
As taxas cobradas no crédito livre para pessoas físicas chegaram a 58,3% ao ano. Para as empresas, os juros ficaram em 24,3% ao ano. Os dados reforçam que a política monetária precisa mudar para o país avançar.
A elevação da Selic afeta diretamente a Dívida Pública Federal. Cerca de 47% da DPF é composta por títulos indexados à taxa básica de juros. O patamar alto enfraquece os investimentos e o consumo, sobretudo de bens duráveis. Sem contar que é a segunda maior causa para os brasileiros não quitarem as dívidas, de acordo com pesquisa divulgada pela plataforma Acordo Online.