Brasil reduz abismo social

A queda da desigualdade de renda no Brasil em 2024 não aconteceu por acaso, mas foi resultado direto da retomada de políticas públicas de redistribuição de riqueza, como a reestruturação do Bolsa Família, a retomada da valorização real do salário mínimo e o aumento dos investimentos sociais. 

 

Segundo o Observatório Brasileiro das Desigualdades, a proporção de pobres caiu 23,4%, mostrando que as políticas voltadas para inclusão e combate à miséria produzem efeitos concretos. A taxa nacional de desocupação recuou para 6,6%, a menor em quase uma década. A melhora foi ainda mais significativa para grupos historicamente excluídos, como as mulheres, na qual a taxa caiu de 9,5% para 8,1%, e entre negros, de 9,1% para 7,6%. 

 

Os números revelam que, quando há investimento em programas sociais e estímulo à geração de empregos, o impacto positivo recai sobre os setores mais marginalizados do mercado de trabalho. Porém, a desigualdade estrutural persiste com mulheres negras que continuam enfrentando índices de desocupação quase o dobro dos homens não negros, 9,6% contra 4,6%. 

 

O relatório desmascara a narrativa neoliberal de que o mercado, sozinho, resolve a exclusão social. Sem intervenção do Estado, o abismo entre ricos e pobres só faz piorar. A concentração de renda é alarmante, principalmente no Nordeste, região onde o topo da pirâmide ganha 32 vezes mais do que a base. O desafio que se impõe é consolidar políticas de enfrentamento às desigualdades para que avanços não sejam interrompidos pelo conservadorismo e pela pressão das elites que lucram com a manutenção da miséria.