Debater saúde mental é resistir
O gesto simbólico de mãos dadas ao final da atividade reafirmou que a categoria não está sozinha. A luta é coletiva e segue viva.
Por Julia Portela
Nesta quarta-feira (24/09), o Sindicato dos Bancários da Bahia realizou uma ação de conscientização na agência Mercês da Caixa Mercês. A atividade teve como foco o Setembro Amarelo e os graves sinais de alerta que, muitas vezes, são ignorados em meio à rotina exaustiva imposta pelos bancos.
Dados do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) confirmam: os principais motivos de afastamento estão ligados a transtornos psicológicos. O que antes eram lesões por esforço repetitivo, agora é síndrome de burnout. “Resultado direto da política de metas abusivas, demissões em massa, produtividade”, denunciou o diretor de Saúde, Célio Pereira.
Para os banqueiros, o lucro precisa vir a qualquer custo. Para os trabalhadores, o custo é a saúde, a dignidade e, muitas vezes, a própria vida. A presença da médica do trabalho, Suerda Fortaleza, contribuiu para denunciar os efeitos da lógica de gestão que isola e adoece. O discurso da meritocracia e da competição interna mina a solidariedade e reforça a ideia de que cada bancário está por conta própria. Uma armadilha.
O gesto simbólico de mãos dadas ao final da atividade reafirmou que a categoria não está sozinha. A luta é coletiva e segue viva. Em cada agência, em cada denúncia e em cada abraço, o Sindicato fortalece a resistência dos trabalhadores contra o modelo excludente que transforma pessoas em números.