Encontro da Juventude: organizar, formar e lutar

A troca entre jovens bancários e dirigentes mais experientes reafirmou o papel histórico das novas gerações na defesa da categoria. A experiência acumulada dos veteranos serviu de guia para fortalecer ainda mais a presença combativa dos jovens no movimento sindical.

Por Julia Portela

Encerrado neste domingo (2/11), o 9º Encontro da Juventude Bancária da Bahia e Sergipe reuniu 82 jovens trabalhadores de diversas bases sindicais dos dois estados. Em um contexto de ataques aos direitos trabalhistas e avanço de práticas ultraliberais, o encontro reforçou o compromisso da juventude com a luta sindical. Além das quatro mesas de debate, o evento contou com roda de conversa, atividades culturais e dinâmicas de integração e cuidado.

 

 

A troca entre jovens bancários e dirigentes mais experientes reafirmou o papel histórico das novas gerações na defesa da categoria. A experiência acumulada dos veteranos serviu de guia para fortalecer ainda mais a presença combativa dos jovens no movimento sindical, ampliando a consciência de que direitos não são concessões: foram conquistados com mobilização e resistência e seguem sob ameaça constante.

 

 

As discussões cobraram maior aproximação da juventude com o sindicato e com a luta política, fortalecendo a construção coletiva nos locais de trabalho. O debate ressaltou que enfrentar metas abusivas, assédio, adoecimento e ataques a direitos exige mobilização e formação constante. A juventude demonstrou disposição e maturidade para assumir protagonismo na defesa da categoria e do serviço bancário para a sociedade.

 

 

Debates para enfrentar o sistema financeiro

 

 

No sábado (1º), as mesas de formação aprofundaram discussões fundamentais para a luta da juventude bancária:

 

 

Gustavo Palmeira (Dieese) — analisou o futuro do Sistema Financeiro e alertou sobre o projeto permanente dos bancos de ampliar lucros com precarização, automação sem responsabilidade social e redução de postos de trabalho.

 

 

Deborah Irineu (CTB-BA) — abordou o mundo do trabalho e a juventude bancária, reforçando a necessidade de organização sindical para enfrentar a uberização, a intensificação de metas e o adoecimento psicológico.

 

 

Camila Monadez (mobilização digital) — discutiu ativismo e base, destacando que a disputa política acontece também nas redes e que a juventude precisa ocupar o digital para defender direitos e combater a desinformação.

       

 

Caio Botelho (economista) — tratou do futuro do trabalho e da inteligência artificial, alertando para o uso dessas tecnologias como ferramenta de demissão e controle e não como instrumento de melhoria para os trabalhadores.

 

 

A programação reforçou que tecnologia e produtividade não podem servir para aprofundar desigualdades, e sim para fortalecer relações de trabalho dignas e humanas.

 

 

Política, trabalho e defesa de direitos

 

 

A roda de conversa de domingo, conduzida por representantes do movimento sindical e estudantil, reforçou que atuação política é essencial para proteger direitos históricos como FGTS, 13º salário e Previdência Social. As reflexões mostraram que sem organização coletiva, conquistas desaparecem. O encontro encerrou com a certeza de que a juventude bancária segue firme, consciente e preparada para seguir construindo um futuro com dignidade e justiça social.