Fechamento de agências prejudica a população

Sem responsabilidade social, apenas com foco no aumento da lucratividade, os grandes bancos aproveitaram a pandemia da Covid-19 para acelerar o processo de digitalização e redução de despesas, tendência que já acontecia nos últimos anos. Desde 2018, houve o enxugamento de 16,5% da rede de agências do país. 
 

Dados do Banco Central de março passado, últimos divulgados, revelam que o Brasil conta com 18.158 agências. A imensa maioria em cidades grandes, já que em muitos municípios menores a presença dos bancos é quase nenhuma. As empresas priorizam a digitalização de processos e serviços de atendimento, o que prejudica não só a população, como também os bancários, que têm sido substituídos. 
 

A Febraban (Federação Brasileira de Bancos) estimou no ano passado que o orçamento dos bancos para tecnologia ultrapassou os R$ 35,5 bilhões. Enquanto investem no digital, fecham agências e demitem funcionários. 
 

O Bradesco fez o corte mais agressivo. Em quatro anos, o número de trabalhadores caiu em mais de 10 mil. A redução acompanha o processo de fechamento das agências iniciado em 2018. A rede de atendimento saiu de 4.708 para 2.948.
 

A queda também aconteceu na rede federal. No Banco do Brasil, o quadro de pessoal caiu 11,8% desde 2018 e o total de agências foi reduzido em 16,1%. O fechamento de unidades e as demissões tem impacto no no total de empregos e na economia dos municípios.