Ameaça à função social das loterias

Desde 1962, a Caixa administra as loterias, garantindo a alocação de recursos arrecadados para políticas públicas que beneficiam milhões de brasileiros.

Por William Oliveira

A recente defesa da diretora-presidente da Caixa Loterias, Lucíola Aor, pela migração das operações das loterias federais para uma subsidiária, é um absurdo. A movimentação, discutida em audiência pública na Câmara dos Deputados, favorece a privatização das loterias, ameaçando a destinação de cerca de 40% do lucro dos jogos para educação, saúde e outros projetos sociais. 
 

Desde 1962, a Caixa administra as loterias, garantindo a alocação de recursos arrecadados para políticas públicas que beneficiam milhões de brasileiros.
 

A mudança proposta pela executiva, apoiada pela decisão do STF que permite a exploração de loterias pelos estados e novas regulamentações para apostas esportivas, esvazia o papel social do banco. Diferentemente das operações da Caixa, que não podem ser privatizadas sem autorização do Congresso.
 

Os sindicatos, cientes do perigo, enviaram um ofício ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, solicitando a suspensão da pauta e destacando a importância da manutenção das loterias sob controle da Caixa. É imperativo fortalecer o banco com mais investimentos em tecnologia e pessoal, em vez de enfraquecê-lo.