Crise climática cobra a conta
Os dados não mentem, a maior parte dos prejuízos está ligada à crise ambiental que o próprio sistema produziu. Mesmo com leve queda em relação a 2024, os valores seguem acima da média histórica, e a temporada de furacões nos EUA ainda nem começou.
Por Camilly Oliveira
Os desastres naturais de 2025 deixaram um rastro de destruição que custou ao mundo R$ 733 bilhões. A cifra não é só um alerta ambiental, mas retrato brutal da falência do sistema. Os Estados Unidos, maior potência capitalista do planeta, lideram o ranking de perdas com os incêndios florestais que arrasaram a Califórnia. Foram R$ 297 bilhões evaporados em fumaça. O sistema econômico que se alimenta do colapso agora começa a sentir o gosto do próprio veneno.
Incêndios, enchentes, tempestades e terremotos já respondem por quase todas as perdas do ano. Enquanto os ricos protegem bens com seguros bilionários, países como Mianmar enfrentam tragédias com as mãos vazias. O terremoto que matou 4,5 mil pessoas em março gerou perdas de R$ 67 bilhões cobertura. É o velho enredo do lucro blindado, e vida desprotegida.
Os dados não mentem, a maior parte dos prejuízos está ligada à crise ambiental que o próprio sistema produziu. Mesmo com leve queda em relação a 2024, os valores seguem acima da média histórica, e a temporada de furacões nos EUA ainda nem começou. As cidades seguem se expandindo sem planejamento, as margens dos rios continuam sendo ocupadas, e a especulação imobiliária avança sobre áreas de risco.
A conta está chegando e os mais pobres continuam pagando. Não se trata de eventos imprevisíveis, mas de consequências anunciadas. A crise climática é resultado direto de escolhas políticas, econômicas e sociais. Um sistema que protege capital e sacrifica vidas não tem futuro e este ano está deixando isso escancarado.