Mulheres 50+ lutam contra apagamento
Um relatório da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) revela um avanço significativo na participação de mulheres entre 50 e 59 anos no mercado de trabalho. De 2010 a 2023, o índice de emprego entre mulheres de 50 a 54 anos cresceu 10,4%, e entre 55 e 59 anos, o aumento foi de 18,5%. Pela primeira vez, as mulheres superaram os homens em empregabilidade nessa faixa etária, com uma diferença de nove pontos percentuais entre 55 e 59 anos.
Por Julia Portela
Um relatório da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) revela um avanço significativo na participação de mulheres entre 50 e 59 anos no mercado de trabalho. De 2010 a 2023, o índice de emprego entre mulheres de 50 a 54 anos cresceu 10,4%, e entre 55 e 59 anos, o aumento foi de 18,5%. Pela primeira vez, as mulheres superaram os homens em empregabilidade nessa faixa etária, com uma diferença de nove pontos percentuais entre 55 e 59 anos.
Apesar do crescimento, o estudo também escancara as barreiras estruturais que persistem. As mulheres maduras seguem ganhando menos, têm menos acesso a cargos de liderança e são frequentemente empurradas para jornadas parciais, muitas vezes não por escolha, mas por falta de oportunidades mais justas. A desigualdade de gênero, enraizada nas relações de trabalho, é um obstáculo para a valorização plena das profissionais.
Mesmo sendo maioria em diversos setores, as mulheres enfrentam sobrecarga em múltiplas frentes: trabalho, casa, cuidado com a família e, ainda assim, encontram dificuldade de ascensão. Enquanto isso, o sistema segue favorecendo os homens, facilitando seus caminhos em direção ao protagonismo corporativo. A estrutura do mercado de trabalho, moldada por uma lógica patriarcal e neoliberal, ainda exclui e invisibiliza a força de trabalho feminina, principalmente das mais velha.
Reformular processos de contratação e promoção é prioridade para corporações que visam a valorização feminina, garantir ambientes mais equitativos e diversos. O espaço das mulheres maduras no trabalho não pode ser visto como tolerância, mas como um direito. Fortalecer e romper com os privilégios de poucos é assegurar que todos tenham oportunidades reais de crescimento. A luta das mulheres no mundo do trabalho é também uma luta contra as desigualdades de classe, e deve ser abraçada com firmeza pelos que defendem justiça social.