Brasil lidera desinformação sobre vacina no continente

Levantamento feito pelo laboratório de pesquisa DesinfoPop mostrou que, na América Latina, o país lidera a desinformação sobre vacinas, ao ponto de concentrar 40% de todo tipo de fake news que circula pela rede social Telegram.

Por Itana Oliveira

Considerado, até bem pouco tempo atrás,  uma das maiores referências mundiais em imunização, o Brasil ainda não se recuperou da influência negativa que o ex-presidente Jair Bolsonaro, negacionista assumido, usou para espalhar falsas notícias sobre as vacinas.

 

Levantamento feito pelo laboratório de pesquisa DesinfoPop mostrou que, na América Latina, o país lidera a desinformação sobre vacinas, ao ponto de concentrar 40% de todo tipo de fake news que circula pela rede social Telegram. Postagens sobre vacinas em comunidades conspiratórias no continente e no Caribe cresceram 689,4 vezes entre 2019 e 2021. Nos anos seguintes, o volume diminuiu e voltou a crescer este ano, com 122,5 vezes mais conteúdo do que em 2019, somando cerca de 97 mil publicações. 

 

Entre as alegações falsas mais comuns estão a de que a vacina provoca morte súbita (15,7%) ou altera o DNA de quem toma (8,2%). Há também declarações de que a vacina provoca Aids, afirmada, inclusive, pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Envenenamento (4,1%) e câncer (2,9%) também estão dentre as publicações falsas. 

 

O Ministério da Saúde alerta que a propagação de falsas informações é um dos fatores que mais impactam na adesão da população às campanhas de imunização. A entidade criou o programa Saúde com Ciência, no qual a população pode obter informações confiáveis sobre vacinação e sobre o que circula na internet, no entanto, a propagação através de grupos on-line é um desafio acelerado na realidade virtual.