Santander omisso dá voz ao racismo

O Banco Santander, ao permanecer omisso diante deste ato discriminatório, deixa de cumprir o papel social e contribui para a perpetuação de uma cultura de ataques extremistas no esporte. 

A COE (Comissão de Organização dos Empregados do Santander), com apoio do Sindicato dos Bancários da Bahia e da Federação da Bahia e Sergipe, expressam repúdio à omissão do Santander em relação ao ato de racismo contra Vinicius Júnior, na partida de domingo.  

 

Em ofício, o movimento sindical, além de repudiar a omissão do banco, destacou que o Santander obtém 25% do lucro global na América Latina, mas manterá o patrocínio ao campeonato espanhol até o final da temporada. O texto afirma que “sabemos que, quem silencia em casos de violência, compactua com ela. Para combater o racismo é preciso ser antirracista”.


O documento das entidades reiterou a importância de medidas efetivas para combater o crime de ódio e que não basta uma mensagem com fins publicitários.

 

O Santander gastou € 559 milhões em publicidade no ano passado, o que representa cerca de R$ 3 bilhões. Avanço de 9,6% em relação ao ano de 2021. O movimento sindical aguarda as punições adequadas a pessoas e entidades que cometem crimes e silenciam frente à violência.
 

O banco emitiu nota, mas não mencionou o nome do jogador do Real Madrid e tampouco criticou a negligência da organização do campeonato espanhol com o racismo nas arquibancadas. Se limitou, em poucas linhas, a afirmar que “repudia veementemente qualquer manifestação de preconceito ou racismo”.
 

A atitude do banco, um dos principais patrocinadores do campeonato espanhol – La Liga –, deixa dúvidas. Afinal, o Santander vem utilizando, em campanhas publicitárias, mensagens que pregam a igualdade e a diversidade como valores fundamentais. No entanto, a falta de posicionamento diante do racismo na Espanha traz à tona a contradição entre as palavras e as ações da instituição. 
 

É fundamental ressaltar que o combate ao racismo no futebol não deve ser apenas responsabilidade dos jogadores e das entidades esportivas, mas também das empresas que patrocinam. O Banco Santander, ao permanecer omisso diante deste ato discriminatório, deixa de cumprir o papel social e contribui para a perpetuação de uma cultura de ataques extremistas no esporte.