No arrocho e exploração

Enquanto reduz postos de trabalho e empurra clientes para o atendimento digital, o Itaú segue acumulando resultados bilionários. Apenas no primeiro semestre de 2025, o banco lucrou R$ 22,6 bilhões.

Por Julia Portela

Em mais um capítulo da luta contra o desmonte do trabalho bancário, o Sindicato dos Bancários da Bahia realizou, nesta terça-feira (14/10), uma manifestação na agência Tancredo Neves pelo Dia Nacional de Luta. O ato denunciou o fechamento de agências, as demissões em massa, o assédio moral e o peso das metas abusivas, sintomas de um modelo que prioriza o lucro e descarta pessoas.

 

 

Enquanto reduz postos de trabalho e empurra clientes para o atendimento digital, o Itaú segue acumulando resultados bilionários. Apenas no primeiro semestre de 2025, o banco lucrou R$ 22,6 bilhões. Segundo o Dieese, entre 2018 e 2025, mais de 2 mil agências foram fechadas, e milhares de trabalhadores foram demitidos sob o pretexto de “modernização”.

 

 

Durante o ato, o diretor do Sindicato, Ricardo Guimarães, cobrou transparência da direção do banco e reforçou a importância da consciência política da categoria. Ele destacou que cada voto e cada posicionamento têm consequências diretas sobre a vida de quem vive do trabalho, e que o silêncio ou a neutralidade só beneficiam os executivos que promovem cortes e precarização.

 

 

O contraste é evidente: enquanto os lucros crescem, o emprego encolhe. No sistema financeiro, a tecnologia serve de máscara para a exploração. O Dia Nacional de Luta é, portanto, um grito de resistência, a resposta de quem se recusa a aceitar que a lógica do lucro siga valendo mais do que a dignidade de quem sustenta os bancos com o próprio esforço.

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