Freio na sanha pelo fechamento de agências 

Sem qualquer responsabilidade social, os bancos em atividade no Brasil têm fechado agências, ignorando a inclusão financeira, sobretudo em cidades pequenas, áreas rurais e comunidades vulneráveis. Mas, esta problemática realidade pode mudar. Foi apresentado no Senado o projeto de lei 5.456/2025, que estabelece critérios e procedimentos para encerramento das unidades. 
 

De acordo com o Banco Central, na última década, 7.252 agências bancárias foram fechadas em todo o país. O sistema financeiro, o mais poderoso da economia nacional, aposta na digitalização e na exclusão. Uma modernização que prejudica bancários e quem depende do atendimento presencial. 
 

Pelo PL, os bancos só vão poder fechar agências depois de cumprir exigências, como a comunicação prévia ao Banco Central com 120 dias de antecedência, estudo de impacto socioeconômico e plano de mitigação, aviso público à população com 90 dias antes do fechamento e realização de audiência pública organizada pelo poder local. 
 

O projeto ainda determina a manutenção, por até 24 meses, de um ponto de atendimento (físico ou móvel), para atenuar os impactos do encerramento das atividades bancárias no local. É preciso garantir o acesso da população a serviços como saques, pagamentos e recebimento de benefícios sociais.
 

Na Bahia, por exemplo, muitos bancos têm fechado as portas da única agência existente em um município. Clientes precisam viajar longas distâncias em busca de atendimento. Muitas vezes, o recebimento da aposentadoria. O fechamento de unidades afeta também o comércio local e a arrecadação municipal.
 

Caso a proposta seja aprovada, nos municípios com menos de 50 mil habitantes ou onde exista apenas uma agência, o fechamento dependerá de autorização expressa do Banco Central, após parecer técnico e audiência pública. O descumprimento das regras pode resultar em multas e sanções previstas na Lei nº 13.506/2017.