Gestão dos bancos é danosa e adoece
Cerca de 80% dos trabalhadores afirmam ter tido pelo menos um problema de saúde relacionado ao trabalho no último ano. Do total, quase metade está em acompanhamento psiquiátrico.
Por Ana Beatriz Leal
O modelo de gestão dos bancos, focado em cobrança por metas inatingíveis e relações produtivistas, gera efeitos terríveis nos bancários. O alto índice de adoecimento fala por si só. Cerca de 80% dos trabalhadores afirmam ter tido pelo menos um problema de saúde relacionado ao trabalho no último ano. Do total, quase metade está em acompanhamento psiquiátrico.
Entre os empregados que são acompanhados por psiquiatras, 91,5% estão utilizando medicações, percentual que cai para 64,4% entre os que estão em outros tipos de acompanhamentos médicos.
Os dados fazem parte da pesquisa “Avaliação dos Modelos de Gestão e das Patologias do Trabalho Bancário”, apresentada à Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) pelo Comando Nacional dos Bancários e o Coletivo Nacional de Saúde, nesta quinta-feira (11/04). O estudo foi feito em colaboração com pesquisadores do Instituto de Psicologia da UNB (Universidade de Brasília.
Há tempos a representação dos bancários denúncia a presença nos bancos de discursos e práticas de controle, exagero na cobrança de metas, assédios e sobrecarga. É um modelo danoso para as saúdes física e mental dos trabalhadores. Implementar medidas preventivas e intervenções é essencial para assegurar um ambiente de trabalho saudável.
A Fenaban também foi cobrada por respostas sobre a modernização da cláusula 61 da Convenção Coletiva de Trabalho, que trata de prevenção de conflitos, e o fluxo de acolhimento aos trabalhadores adoecidos. Os bancos pediram um prazo maior para dar retorno. A próxima reunião deve ser agendada ainda em abril.
Os bancários da Bahia e Sergipe foram representados pelo diretor de Saúde, Célio Pereira, e o presidente da Feeb, Hermelino Neto.