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Culto à morte

No artigo, o diretor do Sindicato dos Bancários da Bahia e presidente do IAPAZ, Álvaro Gomes, fala sobre o desenvolvimento da política sistemática de culto à morte pela extrema direita no Brasil, liderada nos últimos anos pelo bolsonarismo.

A extrema direita no Brasil, liderada nos últimos anos pelo bolsonarismo desenvolveu uma política sistemática de culto à morte, a própria campanha eleitoral de 2018 já tinha como símbolo fazer arminha com a mão. Na marcha para Jesus no Espírito Santo, em 23/07/22, Bolsonaro então presidente e candidato a reeleição foi recebido pelos participantes com uma arma gigante, num evento que deveria simbolizar o amor.


Na pandemia da covid-19, o governo Bolsonaro desenvolveu uma política institucional e proposital de propagação do vírus, sendo responsável pela morte de milhares de pessoas. Até o Zé Gotinha símbolo da vacinação símbolo da preservação da vida, os filhos de Bolsonaro divulgaram esta imagem, onde transformaram a seringa numa arma de fogo.


Agora recentemente um clube de tiros em Jatai, Goiás estava ensinando a crianças a atirar. A política de armamento de governo Bolsonaro serviu para armar as milicias e as organizações criminosas. Seu culto a morte e o ódio espalhado pelo Brasil trouxe sequelas graves para a sociedade, não por acaso aparecem massacres nas escolas, algo comum nos Estados Unidos, mas que aqui era muito raro.


O Episódio de Blumenau em Santa Catarina quanto 4 crianças foram assassinadas na escola, em 05/04/23, é reflexo do ambiente caótico criado pela extrema direita no Brasil, o autor do crime, pelas informações do inquérito, divulgado dia 17/04/23, apresentava sinais de transtorno mental, cujas ações não estão isentas da influência do clima de ódio e do estímulo à morte disseminado pelo país. Também não lhe livra da punição.


Ainda em Santa Catarina, em Saudades, em maio de 2021 ocorreu um outro massacre semelhante, onde um jovem de 18 anos invadiu uma creche, assassinou 3 crianças e duas professoras, depois tentou suicídio. Assim, com a sociedade adoecida, os problemas vão se agravando e exigindo medidas estruturais, que levem em consideração a gravidade da situação.


O culto a morte e a disseminação do ódio com certeza não é a solução. A garantia dos direitos humanos no seu sentido mais amplo, assegurando a todos uma vida digna com acesso à saúde, educação, moradia, trabalho e lazer contribuirá para o fortalecimento dos laços de solidariedade e a construção da paz com justiça social.


*Álvaro Gomes é diretor do Sindicato dos Bancários da Bahia e presidente do IAPAZ