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Agressão a Alexandre de Moraes - O golpismo não acabou

No artigo, o diretor do Sindicato dos Bancários da Bahia e presidente do IAPAZ, Álvaro Gomes, aborda a agressão do ministro Alexandre de Moraes e seu filho no aeroporto internacional de Roma-Itália, por bolsonaristas raivosos, inconformados com o estado democrático de direito.

Dia 14/07/23, o Ministro Alexandre de Moraes e seu filho foram agredidos no aeroporto internacional de Roma-Itália, por bolsonaristas raivosos, inconformados com o estado democrático de direito, famintos pela destruição das instituições e da democracia.


Este processo vem sendo construído ao longo dos anos, numa aversão a população mais carente do país. Evidente que este fenômeno é mundial e no Brasil, com a contribuição de grande parte da imprensa, dos poderosos e da lava jato, culminou com a vitória de Bolsonaro para presidente da República, que desenvolveu uma política de destruição da democracia e dos direitos sociais jamais vista.


A tentativa de destruir o Supremo Tribunal Federal é antiga e é de conhecimento da sociedade, ainda em 2018, antes do primeiro turno das eleições, o então deputado federal Eduardo Bolsonaro afirmou diante uma possível decisão do Supremo Tribunal Federal contra o seu pai, que caso isso acontecesse não precisaria do exército “Se quiser fechar o STF, sabe o que você faz? Não manda nem um jipe. Manda um soldado e um cabo. Não é querer desmerecer o soldado e o cabo.”

 

O presidente Jair Bolsonaro em uma das inúmeras manifestações golpistas declarou em seu discurso dia 07/09/21 "Qualquer decisão do senhor Alexandre de Moraes, este presidente não mais cumprirá. A paciência do nosso povo já se esgotou. Ele tem tempo ainda para pedir o seu boné e (ir) cuidar da sua vida. Ele, para nós, não existe mais." Em agosto/21 Bolsonaro protocolou um pedido de impeachment do ministro no senado, rejeitado pelo presidente Rodrigo Pacheco.


Este clima de ódio criado pelo bolsonarismo de estímulo a violência, já provocou mortes como o do militante Marcelo Arruda, assassinado no momento que comemorava seu aniversário pelo bolsonarista Jorge Jose, dia 10/07/22.  Em outubro de 2018, Bolsonaro afirmou “vamos varrer do mapa os bandidos comunistas” em outro momento discursou “vamos fuzilar a petralhada toda aqui do Acre.” 


A tentativa de golpe em 08 de janeiro foi organizada ao longo dos 4 anos em que Bolsonaro esteve na presidência, não aceitava a derrota, elaborou uma farsa ao questionar as urnas eletrônicas para justificar o golpe. Não deu certo, mas o golpismo não acabou, é preciso punir os criminosos que se sentem a vontade para agredir as pessoas inclusive ministros do STF, sob pena de um novo retrocesso civilizacional.

 

*Álvaro Gomes é diretor do Sindicato dos Bancários da Bahia e presidente do IAPAZ