Calor intenso: impactos práticos do aquecimento global no Brasil

A repetição de episódios como esse reforça que o aquecimento global não se manifesta apenas em projeções futuras, mas em efeitos imediatos sobre a vida cotidiana. O aumento da frequência de ondas de calor afeta a saúde, a rotina de trabalho e as condições ambientais, sobretudo para quem depende de atividades ao ar livre e tem menos acesso a infraestrutura adequada para enfrentar períodos prolongados de temperaturas extremas.

Por Itana Oliveira

O aquecimento global tem se refletido de forma cada vez mais concreta no cotidiano dos brasileiros, e as ondas de calor registradas neste fim de dezembro são um exemplo disso. De acordo com o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), grandes áreas do país vêm enfrentando temperaturas cerca de 5 °C acima da média climatológica, mantidas por vários dias consecutivos, o que caracteriza uma onda de calor. 


O que diferencia esse episódio de outros verões é a persistência do calor. As temperaturas elevadas não se limitam às tardes, avançando pela noite e pela madrugada, o que dificulta a recuperação do corpo e aumenta o desconforto térmico. O órgão regulador alerta para riscos como desidratação, exaustão térmica e agravamento de doenças cardiovasculares e respiratórias, com impacto direto na saúde da população, especialmente entre idosos, crianças e pessoas com doenças crônicas.


Dezembro já é historicamente um mês quente no Brasil e, quando há bloqueios atmosféricos, esse calor tende a se intensificar. No Nordeste, incluindo a Bahia, o calor mais intenso se concentra no interior, enquanto áreas litorâneas permanecem relativamente mais amenas, ainda que com desconforto térmico e chuvas irregulares.


A repetição de episódios como esse reforça que o aquecimento global não se manifesta apenas em projeções futuras, mas em efeitos imediatos sobre a vida cotidiana. O aumento da frequência de ondas de calor afeta a saúde, a rotina de trabalho e as condições ambientais, sobretudo para quem depende de atividades ao ar livre e tem menos acesso a infraestrutura adequada para enfrentar períodos prolongados de temperaturas extremas.