O desafio de enfrentar as fake news em CUBA
No artigo, o diretor do Sindicato dos Bancários da Bahia e presidente do IAPAZ, Álvaro Gomes, fala sobre o desafio de enfrentar as fake news em CUBA.
O nível de consciência política em Cuba é muito alto. Tanto que em 1991, no chamado período especial, a população se manteve firme na defesa do socialismo até os dias atuais. Um problema, entretanto, precisa ser enfrentado, a ofensiva da extrema direita mundial que se baseia em mentiras para destruir democracias. A popularização da internet e a proliferação das redes sociais, criaram certa ilusão em parte da população que imaginava como algo positivo.
O processo culminou no crescimento da extrema direita em vários países. Para entender o problema, basta fazer a seguinte pergunta: Quem controla as redes sociais? Não é difícil constatar que os segmentos reacionários, da antipolítica são os controladores. Seria muito importante se a internet fosse utilizada para o desenvolvimento humano e para facilitar a vida das pessoas, mas isso não ocorre. No capitalismo, é usada para potencializar os lucros, difundir o ódio, enfraquecer ou até mesmo destruir democracias.
Da última vez que viajei para Cuba, janeiro/24, percebi certo descontentamento de algumas pessoas que conversei, cujo argumentação era baseada em mentiras. Por exemplo, de que não havia bloqueio a Cuba, e de que o responsável pela situação da população era o governo, o comunismo. Claro que não se trata de uma amostra que possa ser generalizada, mas o pensamento, por mais residual que seja, é motivo de preocupação.
Eu discutia com as pessoas e uma pergunta básica era a seguinte: a situação hoje está melhor ou pior do que no período especial 1991? A resposta era unânime. “A situação está bem pior”. Na realidade, eu estava tentando compreender como estava o crescimento do PIB-Cubano, se era maior ou menor do que 1991. A sensação que eu tinha era de que do ponto de vista econômico estava melhor. Em 1994, o PIB era de US$ 20,296 milhões e em 2017 era de US$ 57,49 milhões. (Wikipedia, 2024).
Claro que esta é uma análise para reflexão, mas o fato é que Cuba precisa se defender das fake news. Byung-Chul Han, em seu livro Infocracia-Digitalização e a crise da democracia, abordando o tema afirma que “O regime de informação está acoplado ao capitalismo da informação. Que se desenvolve em capitalismo de vigilância e que degrada os seres humanos em gado, em animais de consumo e dados” (2022).
*Álvaro Gomes é diretor do Sindicato dos Bancários da Bahia e presidente do IAPAZ