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Racismo climático. Miséria sob a tempestade

No artigo, o estudante de comunicação social com jornalismo William Oliveira fala sobre o fato da crise climática e os desastres ambientais serem reflexo da profunda desigualdade enraizada na sociedade.

A crise climática e os desastres ambientais não são eventos aleatórios, mas, sim, reflexo da profunda desigualdade enraizada na sociedade. Grupos vulneráveis, predominantemente formados por pessoas negras, indígenas, quilombolas e ribeirinhas, lideradas na maioria por mulheres, enfrentam os impactos de maneira desproporcional. 


O fenômeno é uma manifestação clara do racismo estrutural, que perpetua a falta de políticas públicas voltadas para os mais vulneráveis. Enquanto as regiões elitizadas desfrutam de infraestrutura, saneamento básico e segurança, as comunidades periféricas, historicamente habitadas por minorias étnicas, enfrentam as consequências devastadoras da crise climática. 


Bairros projetados para uma vida de qualidade são predominantemente ocupados por pessoas brancas e de classe média alta, que, ironicamente, também detêm o controle político, jurídico e econômico do país.


A recente tragédia no Rio de Janeiro evidencia a disparidade, onde as chuvas torrenciais ceifaram vidas e lares, impactando de forma desigual as áreas mais vulneráveis. O racismo ambiental, por sua vez, revela a injustiça climática em um contexto radicalizado.


Pois a falta de acesso à água, energia e alimentação adequadas é uma realidade para muitas comunidades racialmente marginalizadas. As condições extremas de calor e frio impactam de maneira desproporcional, além de colocar em risco a sobrevivência destas populações. 


A lógica capitalista de exploração de recursos naturais às custas das comunidades locais, leva à degradação ambiental e poluição. A busca incessante por lucro, juntamente com estas práticas irresponsáveis, destrói qualquer possibilidade de mudança.  


A construção do mundo atual, moldada por séculos de domínio branco e riqueza concentrada, exige uma transformação radical para garantir um futuro mais justo e sustentável à humanidade.


* William Oliveira é estudante de comunicação social com jornalismo