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Lições contra a Dengue

No artigo, o deputado federal Léo Prates fala da importância da imunização contra a dengue.

Considerada uma arbovirose, bem como a Zika e a Chikungunya, a dengue é causada por vírus transmitidos pelo Aedes aegypti. De caráter sazonal, ela pode ser considerada endêmica pois mantém número de casos constante ao longo de dado período do ano, e também epidêmica já que as ocorrências nos meses mais quentes e chuvosos, aumenta expressivamente. Mas há ciclos mais severos, com incremento de casos, muito acima do esperado.
 

A dengue é uma doença de difícil controle dada a sua natureza multifatorial, que envolve aspectos sócio econômicos, ecológicos e ambientais, relacionados às condições climáticas locais que interferem no ciclo reprodutivo do mosquito. Este quadro demanda intervenções em várias áreas além da Saúde. Fatores como a urbanização, o crescimento desordenado da população, o saneamento básico deficitário e o clima, mantém as condições favoráveis para a presença do Aedes.
 

Este ano enfrentamos uma rápida multiplicação de casos em quase todos os estados. Até o dia 27 de março já foram notificados mais de 2 milhões de casos prováveis, com 830 óbitos confirmados e mais 1.269 em investigação. Um aumento de mais de 300% em relação ao mesmo período de 2023 (671.185 casos).
 

Para vencer essa guerra, precisamos resgatar lições aprendidas em outras epidemias. A vacina é uma das principais armas para a prevenção, controle, diminuição de casos graves e óbitos. Precisamos expandir a imunização, não apenas com distribuição das doses, mas também com o comprometimento e participação da população.
 

Estratégias pioneiras, para o controle do Aedes aegypti, vêm sendo propostas por especialistas e pesquisadores, dentre elas, a introdução de mosquitos manipulados biologicamente, aplicada em Niterói (RJ), onde a Prefeitura reduziu a quase zero o número de casos de dengue. Entre as novas tecnologias, podemos citar os drones para identificação de focos do mosquito em locais de difícil acesso e para aplicação do inseticida, como vem sendo feito em São Paulo para pulverizar larvicidas em locais abandonados.
 

Devemos também conscientizar a população sobre o cuidado com os focos de mosquitos. A Educação nas escolas, empresas, serviços públicos e privados é essencial para mobilização da sociedade sobre seu papel. A limpeza urbana, saneamento básico e abastecimento de água contínuo, devem ser prioridade na agenda dos gestores.
 

E se mesmo diante de todas essas ações, ainda não conseguirmos conter o aumento do número de casos, precisamos estar preparados para o enfrentamento da epidemia com planos de contingência bem estruturados que consigam prever as necessidades assistenciais e pressão nas unidades. O controle da dengue depende de cada cidadão. Essa é uma luta de todos nós.

*Léo Prates é deputado federal pelo PDT-BA