As empresas estatais brasileiras são eficientes

As maiores estatais brasileiras apresentaram lucro líquido de R$ 806,6 bilhões apenas entre 2002 e 2016. Os dados do Dieese contradizem a afirmação do secretário de Desestatização e Desinvestimento do Ministério da Economia, Salim Mattar, de que não há estatal eficiente. Não há motivos para o governo querer entregar de bandeja o patrimônio nacional. 
Em 2018, a lucratividade da Caixa foi de mais de R$ 10 bilhões. O banco 100% público é responsável por 40% das poupanças e 70% do crédito habitacional.  Na instituição, ainda passa 98% do crédito imobiliário para a baixa renda no país, caracterizando-se como 'banco do trabalhador', 'do aposentado' e 'da casa própria'.

Metade dos ativos das operações de crédito e dos depósitos totais do segmento bancário no Brasil é de responsabilidade dos bancos públicos, como BB, Caixa  e BNB. As instituições financeiras operam políticas sociais como o Bolsa Família, habitação popular, agricultura familiar, abono PIS/PASEP, FGTS, seguro desemprego e FIES. Além de cuidarem de áreas essenciais para o desenvolvimento do país, como cultura, esporte e segurança pública. 

Para deixar ainda mais claro, 23% das empresas listadas no ranking de 2014 Fortune 500 eram estatais. Além de empregar 6 milhões de pessoas, o conjunto das empresas públicas nos países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) alcançou mais de US$ 2 trilhões.

Os defensores do estado mínimo discursam que empresa estatal é sinônimo de monopólio e ineficiência. Mas, por interesse, não contam que em países como a China os bancos públicos são responsáveis por 80% do crédito.