Auxílio emergencial deve ser renda básica

Sem perspectivas de o governo adotar políticas eficazes para o país sair da crise, os impactos econômicos da pandemia causada pelo coronavírus devem durar por um bom tempo. O Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) acredita que o auxílio emergencial se torne uma renda básica de cidadania. 


Um dos motivos é que houve crescimento em um milhão de unidades no total de domicílios sem renda do trabalho no primeiro trimestre de 2020. Alta de 6,5% em relação ao último trimestre de 2019, segundo pesquisa da consultoria IDados. E a tendência é o número aumentar.
 

A última parcela de três do benefício de R$ 600,00, destinado aos trabalhadores informais e desempregados afetados pela pandemia de Covid-19, será paga em junho. A previsão é que exatamente neste período o Brasil esteja no pico de mortos e contaminados pelo vírus.
 

Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgados nesta terça-feira (19/05), mostram que o país possui mais de 5,1 milhões de domicílios em condições precárias e manter o isolamento social, fundamental para evitar a propagação do coronavírus, é extremamente complicado. Esta parcela da população mora em residências com padrão urbanístico irregular, com carência de serviços públicos essenciais e localização em áreas que apresentam restrições à ocupação.
 

As pessoas que estão nestas condições também sofrem com falta de água, luz e esgoto e em muitas regiões não podem contar com serviços de entrega. Além de não terem o título de propriedade das residências, o que dificulta o acesso a crédito junto aos bancos. Nem assim, o governo Bolsonaro se preocupa em discutir medidas que diminuam a desigualdade social e dar dignidade à sociedade.