Bancos mascaram lucro nas alturas com a PDD 

Além de ter recebido o socorro do governo federal de R$ 1,2 trilhão, os bancos ainda mascaram a lucratividade com reservas para cobrir possíveis prejuízos com calotes. A ajuda da PDD (Provisão para Devedor Duvidoso) fez com que o lucro das empresas do setor financeiro chegasse a R$ 41 bilhões no primeiro semestre de 2020, mesmo na pandemia de Covid-19. Redução de 32% em relação ao mesmo período do ano passado. 


O resultado se deve à soma de R$ 65 bilhões de despesas com provisões só no primeiros seis meses de 2020. De acordo com o Banco Central, Foram R$ 31,6 bilhões no primeiro trimestre e R$ 33,4 bilhões no segundo. Um aumento de 80% em relação ao mesmo período do ano anterior. Assim, justificam as demissões e fechamento de agências durante a pandemia do coronavírus.


Enquanto empresas fecharam as portas, milhões perderam os empregos ou ficaram sem renda na pandemia, o Santander, por exemplo, reservou R$ 10,4 bilhões para cobrir possíveis calotes, reduzindo o lucro de R$ 7,749 bilhões para R$ 5,989 bilhões no primeiro semestre deste ano. A queda de 15,9% da lucratividade seria uma alta de 8,8%, se a PDD tivesse sido excluída.  Mesmo assim, demitiu cerca de 1,5 mil bancários na crise sanitária. 


O BB também escondeu o lucro com provisão. A estatal lucrou R$ 6,4 bilhões no primeiro semestre, uma redução de 21,9% na comparação com os seis primeiros meses de 2019. Tudo motivado pela alta de 42,4% na PCLD (Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa), que foi para R$ 5,9 bilhões somente no segundo trimestre deste ano. Só artimanhas.