Pandemia leva ao aumento da bancarização 

Com a pandemia de Covid-19, que impôs o isolamento social, e o pagamento do auxílio emergencial por contas digitais, houve o aumento na bancarização no Brasil. Segundo o Banco Central, desde março, 9,8 milhões de pessoas iniciaram relacionamento com instituição financeira.


Hoje, 175,4 milhões de pessoas têm relacionamento bancário. Já em fevereiro, último mês antes da chegada do coronavírus no país, o número de brasileiros com conta em bancos ou que consumiam algum produto financeiro chegava a 165,6 milhões.


Apesar do crescimento da bancarização, ainda há muita gente à margem. O cruzamento do número de bancarizados com a estimativa da população brasileira do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) para 2020, que está em 212 milhões, revela que cerca de 36 milhões de brasileiros ainda ficam de fora do sistema financeiro.


Atrelada ao processo de bancarização está a digitalização de serviços financeiros, que esbarra em um obstáculo: inclusão digital. Segundo a última pesquisa do IBGE sobre o tema, 20,9% das residências brasileiras não tinham internet em 2018.


Outro problema é a ausência de bancos, sobretudo em cidades pequenas. Dados do BC revelam que o número de municípios sem atendimento bancário cresceu nos últimos anos. Hoje, são 2.345 municípios sem agência, 22,3% a mais do que em 2012. Isso porque as empresas têm fechado unidades e demitido bancários para reduzir os custos e ampliar os lucros. 


Há cidades que não possuem agência nem contam com ponto de atendimento ou caixa eletrônico. Hoje, 380 cidades não têm nenhum desses serviços.