Reajustes abusivos nos planos de saúde

Com a pandemia do novo coronavírus, os planos de saúde não só continuam a operar no azul, como ainda têm mais dinheiro em caixa. Não à toa entre a lista dos 20 novos bilionários do país, divulgada recentemente pela revista Forbes, dois são da área de saúde. Um, dono de convênio médico, e outro, de rede de hospitais. 
Enquanto um grupo seleto lucra com a tragédia brasileira, os profissionais de saúde chagam à exaustão para atender milhões de pessoas com a Covid-19. Os usuários dos planos também sentem. Além da baixa qualidade do serviço prestado pelas operadoras, ainda têm de lidar com os aumentos abusivos das mensalidades. 


Dados da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) revelam que as anuidades dos planos de saúde subiram 31% acima da inflação entre 2015 e 2019. Aí está a explicação para o enriquecimento dos dois bilionários da revista Forbes e outros tantos donos dos planos de saúde e de hospitais. Para eles, saúde é um negócio muito lucrativo.


Já o SUS faz muito mais por menos. Para se ter ideia, em 2019, a arrecadação dos planos de saúde privados chegou a R$ 207,5 bilhões. Isso para atender apenas 22% dos brasileiros. Os outros 78% são atendidos exclusivamente pelo SUS, que, no mesmo período, utilizou R$ 292 bilhões em recursos públicos da União, Estados e Municípios para tratar da saúde da maioria da população. 


A partir de 2020, com a pandemia do novo coronavírus, os brasileiros viram a real importância em ter o Sistema Único de Saúde. Além de garantir o atendimento a milhões de pessoas, o SUS, por meio do Instituto Butantan e da Fiocruz, ajuda a financiar o desenvolvimento de vacinas.