Cerca de 20 milhões de pessoas podem ficar sem vales

No Brasil de Bolsonaro, não há nada ruim que não possa piorar. Cerca de 20 milhões de pessoas podem perder os vales alimentação e refeição com o decreto que altera o PAT (Programa de Alimentação do Trabalhador). Quase toda a categoria bancária é atingida pela medida. Os benefícios são uma mão na roda e ajudam milhões a garantirem o mercado do mês. 


A proposta fazia parte da reforma tributária. Mas, agora, o governo quer impor via decreto. Pelo texto, as empresas só poderão deduzir no Imposto de Renda os gastos com vales concedidos apenas a trabalhadores que recebem até R$ 3.216,78. Como a concessão dos tíquetes não é obrigatória por lei, como o 13º salário, o vale transporte e o FGTS, as empresas podem simplesmente deixar e oferecer.


A medida ainda prejudica o setor de bares e restaurantes, que recebem como forma de pagamento os vales. Enquanto o governo Bolsonaro segue atacando os trabalhadores, o país enfrenta uma das piores crises sanitária e econômica da história. 


Mais de 20 milhões de pessoas passam fome, outras milhões estão em insegurança alimentar, ou seja, não têm garantia de conseguir fazer as três refeições básicas do dia. O desemprego bate perto dos 15 milhões. Se somar a informalidade, que não dá muitas garantias às famílias, sobe para mais de 70 milhões. 


A inflação dos alimentos beira os 13% nos últimos 12 meses. E o brasileiro ainda precisa lidar com a pandemia, que poderia estar controlada, mas não está, justamente por conta da negligência do governo. Enquanto milhares morriam, Bolsonaro tentava barganhar com as vacinas.