BB transforma postos de atendimento em loja

Como parte do processo de desmonte, disfarçado de reestruturação, a direção do Banco do Brasil, está transformando os PAAs (Posto de Atendimento Avançado) em lojas autônomas, sem vínculo com as agências madrinhas. Com a mudança, o gerente de relacionamento, que era o responsável pelas unidades, será nomeado como gerente geral, mas sem receber o valor correto pela função.


O BB tem no total 992 PAAs que atendem, na grande maioria, cidades pequenas, no interior do país. São municípios sem agência do banco. Os postos eram vinculados às unidades maiores, que davam suporte necessário para o atendimento. Mas, a partir da mudança, toda decisão será tomada no próprio PAA, sem vínculo com a agência mãe.


A alteração imposta pela direção da empresa, sem nenhum diálogo ou negociação com os trabalhadores, obriga os atuais gerentes de relacionamento a assumirem o novo cargo com apenas o acréscimo de R$ 132,00 no salário. Ou seja, por apenas R$ 6,00 ao dia, os trabalhadores vão assumir a função de gerente geral. Um valor desproporcional do que realmente ganha a função.


Para piorar, o trabalhador que não quiser assumir o cargo imposto pelo BB, perde a função e também a comissão, porque nos postos de atendimento não terão nenhum outro gerente. Consequentemente, o funcionário entrará no VCP (Vantagem de Caráter Pessoal) e se tornará escriturário.


Assim que informada da reestruturação, o Sindicato dos Bancários da Bahia debateu, nesta quarta-feira (20/10), o assunto na Comissão de Empresas do BB, para cobrar explicações, mas o banco somente afirma que irá implantar o sistema, ignorando a desproporcionalidade da função com o aumento proposto. O Sindicato não vai aceitar que os funcionários trabalhem mais sem a devida remuneração e continuará denunciando a atitude abusiva do Banco do Brasil.