Bancos podem e devem gerar mais empregos

O sistema financeiro, um dos setores mais poderosos e lucrativos da economia, demitiu milhares de bancários durante a pandemia de Covid-19. Este ano, o cenário mudou um pouco, o setor apresentou saldo positivo de emprego, mas engana-se quem pensa que foi boa vontade. A maioria das contratações decorre de decisão judicial. 
 

Em janeiro deste ano, o setor bancário realizou 2.250 admissões e 1.631 desligamentos, o saldo ficou positivo em 619 vagas. Os dados são do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). O número ainda é muito baixo, sobretudo diante da alta demanda nas agências. Os bancos podem mais.
 

No acumulado de 12 meses, foram criados 7.711 postos de trabalho, devido principalmente às contratações da Caixa, decorrente de vitória em ação judicial do movimento sindical, que obrigou o banco a chamar os aprovados no concurso de 2014. Além disso, as empresas também ampliaram os postos que não têm relação direta com o serviço bancário, como os de profissionais de Tecnologia da Informação. 
 

Nos últimos 12 meses, foram realizadas 36.348 dispensas, 42,1% foram demissões sem justa casa e 40,0% desligamento a pedido – estas concentradas nos bancos múltiplos com carteira comercial (no qual se enquadram os quatro maiores: BB, Itaú, Bradesco e Santander): 88,8% da totalidade. 
 

Remuneração 
O salário mensal médio de um bancário contratado em janeiro chegou a R$ 5.449,16 enquanto o do desligado foi de R$ 6.632,47. Ou seja, a remuneração média do admitido correspondeu a 82,2% do demitido.