Em negociação, bancários cobram garantia de emprego

Apesar de ocuparem o topo dos setores mais lucrativos da economia, os bancos seguem com a política de demissões e ampliam a terceirização e, consequentemente, a precarização do trabalho. Tudo para reduzir os custos e lucrar ainda mais. A garantia de emprego foi uma das reivindicações do Comando Nacional dos Bancários à Fenaban na segunda rodada de negociação da campanha salarial, nesta segunda-feira (27/06).


Nos últimos 10 anos, o lucro dos bancos subiu 15% acima da inflação. Em 2021, Caixa, BB, Itaú, Bradesco e Santander lucraram R$ 107,7 bilhões. Elevação de 34,1% em relação ao anterior. No primeiro trimestre de 2022, o balanço chegou a R$ 27,6 bilhões, crescimento de 17,5%.


O secretário geral da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe, Emanoel Souza, informou que o Comando apresentou os dados do Dieese sobre a redução de postos de trabalho. De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, o setor bancário registrou saldo negativo pelo segundo mês consecutivo. Em abril, foram 64 vagas a menos. Mas, a tendência de queda não é de agora. Desde 2013, foram perdidas 77 mil vagas. 


A Federação Nacional dos Bancos disse que os cortes se devem às inovações tecnológicas. O Comando argumentou que há um aumento de sobrecarga do trabalho e apresentou a proposta de redução da jornada. 


A desculpa dos bancos de que as mudanças ocorreram em função do aumento da concorrência também não cola. Entre 2013 e 2021, apesar do surgimento de novos concorrentes, as empresas não perderam participação de mercado. Muito pelo contrário. Houve alta de 86% para 87% na participação nas operações de crédito.


O Comando rebateu ainda que os bancários têm disposição de atuar no Congresso Nacional para regulamentação do sistema financeiro nacional e o fim da precarização do trabalho. 


Audiência
A audiência pública na CDC (Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara dos Deputados) para tratar do projeto de lei 1043/19, que autoriza a abertura de agências aos sábados e domingos, foi adiada para o dia 6 de julho. Os bancários querem que a Febraban (Federação Brasileira dos Bancos) congele a discussão e debata o assunto na mesa de negociação. 


Também no dia 6 de julho acontece a próxima rodada de negociação sobre as cláusulas sociais e segurança bancária.