Desmonte dos bancos públicos impacta na inadimplência

Com alta de 8,5% em outubro na comparação anual, o índice de empresas inadimplentes bateu recorde no Brasil em 2022. Totalizaram 6,33 milhões de companhias com operações em atraso. De acordo com o relatório recente da Serasa Experian, foi a maior quantidade registrada desde o início da série histórica, em 2016.


O aumento de preços de itens básicos desenfreado resulta ainda na diminuição da capacidade das famílias de pagar contas. Se o governo Bolsonaro não tivesse minado a atuação dos bancos públicos ao longo de quatro anos, o resultado seria outro, através de oferta de juros a taxas reduzidas, o que ajudaria na geração de emprego e na saúde financeira das empresas. Desde 2016, BB, Caixa e BNB estão sendo atacados e deixando de ser utilizados como instrumentos de políticas públicas. 


Além disso, sob o comando de Jair Bolsonaro, o Banco do Brasil, por exemplo, começou a praticar taxas altas na oferta de empréstimos e reduzir a carteira de crédito. Ou seja, se assemelhou aos privados. O desmonte ocasionou a queda da atuação nas comunidades distantes, de orçamento voltado para a área social, para a agricultura familiar e para as micro e pequenas empresas.


Em setembro, índice de famílias endividadas no país chegou a 79,3% e 80,3% das que possuem renda de até 10 salários mínimos estão endividadas. Os dados são da Peic (Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumido), encomendada pela CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo).