Selic ainda está muito alta

Em meio a protestos contra os juros altos praticados no Brasil e por um corte maior na taxa básica de juros, a queda da Selic em apenas 0,5%  - passou de 13,25% para 12,75% ao ano – é muito pouca . A pressão dos movimentos sociais, da sociedade e do governo tem surtido efeito, mas a redução tem de ser ainda maior.

Em meio a protestos contra os juros altos praticados no Brasil e por um corte maior na taxa básica de juros, a queda da Selic em apenas 0,5%  - passou de 13,25% para 12,75% ao ano – é muito pouca . A pressão dos movimentos sociais, da sociedade e do governo tem surtido efeito, mas a redução tem de ser ainda maior, para que os reflexos sejam sentidos de imediato e diretamente pela população, resultando em desenvolvimento econômico mais expressivo.


O segundo corte consecutivo de meio ponto feito pelo Banco Central, na reunião encerrada nesta quarta-feira (20/09), já era esperado. Agora é manter a pressão para reduzir bem mais a Selic, pois o índice elevado só prejudica, a exemplo das taxas de juros cobradas pelas instituições financeiras no crédito, prejudicando o investimento produtivo e atrapalhando a economia.


A Selic em alta só beneficia o sistema financeiro, o rentismo, a economia parasita. Segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), cada ponto percentual na Selic significa aumento do custo anual da dívida pública de cerca de R$ 38 bilhões. Na prática, o Estado paga mais dinheiro para os bancos, maiores detentores dos títulos da dívida pública. Com isto, menos recursos para infraestrutura, educação e saúde para a população.


Os movimentos sociais e centrais sindicais têm de manter a mobilização em defesa do emprego e renda. A próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) será nos dias 31 de outubro e 1º de novembro. Até lá, a sociedade precisa pressionar mais o BC para derrubar os juros.