Doença Falciforme terá notificação obrigatória 

A notificação compulsória da doença falciforme entrou em vigor no sistema de saúde brasileiro. A decisão foi oficializada por meio da Portaria 2.010, publicada no Diário Oficial da União. É um passo importante para o enfrentamento da patologia que afeta, principalmente, a população negra.

A inclusão da doença na Lista Nacional de Notificação Compulsória de Doenças, Agravos e Eventos de Saúde Pública tem como objetivo fortalecer o planejamento de saúde, além de oferecer dados para definir prioridades de intervenção pública e avaliar os impactos.

O Boletim sobre a Saúde Negra revela que o diagnóstico da doença falciforme, realizado principalmente pelo "teste do pezinho," cobriu, em média, 82,37% dos casos entre 2014 e 2020. A incidência da patologia durante o período foi de um caso a cada 2,5 mil nascidos vivos, com destaque para os casos de traço falciforme, herdados dos pais, atingindo média de 63 mil por ano.

Entretanto, a disparidade racial é evidente nos dados, com 79,18% dos óbitos causados pela doença afetando pessoas pardas ou pretas. A Bahia lidera as incidências com 9,46 casos a cada 100 mil habitantes, seguida por São Paulo (6,52/100 mil habitantes) e Piauí (6,23/100 mil habitantes), segundo o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM).

Entre os sintomas da doença falciforme estão crises de dor, anemia, infecções, entre outros. A importância do diagnóstico precoce é ressaltada, especialmente considerando que o tratamento é oferecido gratuitamente pelo SUS (Sistema Único de Saúde), por meio da PNAIPDF (Política Nacional de Atenção Integral às Pessoas com Doença Falciforme) e outras Hemoglobinopatias.