Agrotóxico contamina a mesa e a natureza
Os dados sobre o uso de pesticidas no Brasil são preocupantes. No governo Bolsonaro foram liberados 2.182 produtos nocivos à saúde. Desses, 98 são inéditos. Recorde para um governo, aponta dados da Coordenação-Geral de Agrotóxicos e Afins (CGAA).
Por Rose Lima
O Dia do Controle da Poluição por Agrotóxicos, celebrado nesta quinta-feira, 11 de janeiro, alerta para os riscos que o uso de pesticidas causa à saúde e ao meio ambiente. A data serve para denunciar os danos e refletir sobre outras formas, não agressivas, de produzir alimentos.
Os dados sobre o uso de pesticidas no Brasil são preocupantes. No governo Bolsonaro foram liberados 2.182 produtos nocivos à saúde. Desses, 98 são inéditos. Recorde para um governo, aponta dados da Coordenação-Geral de Agrotóxicos e Afins (CGAA).
Do total de liberações, 1.816 são químicos e 366 biológicos. A lista inclui produtos com nome de remédio, como a ametrina, banida na União Europeia há 20 anos, por estar associada ao câncer de próstata e de ovários. Tem ainda a hexazinona, também banida na Europa, e o glufosinato (sal de amônio), produto associado à desregulação endócrina, alterações genéticas e danos ao fígado.
O governo Bolsonaro foi marcado ainda pelo avanço do projeto de lei 1459/2022, conhecido como Pacote do Veneno, aprovado no apagar das luzes de 2023. Embora tenha sido parcialmente vetada pelo presidente Lula, a proposta facilita a aprovação das substâncias e o Congresso tem forte influência do setor ruralista, que não está nem aí aos danos causados à saúde dos brasileiros e ao meio ambiente.