Falta de pessoal gera transtorno e adoecimento
A rotina nas agências da Caixa beira o insustentável. Faltam braços, sobram filas, adoecimento e sobrecarga de trabalho. Diante do cenário alarmante, o Sindicato da Bahia vai acionar a direção da empresa para cobrar agilidade, transparência nas convocações e, principalmente, mais contratações.
Por Rose Lima
A rotina nas agências da Caixa beira o insustentável. Faltam braços, sobram filas, adoecimento e sobrecarga de trabalho. Diante do cenário alarmante, o Sindicato da Bahia vai acionar a direção da empresa para cobrar agilidade, transparência nas convocações e, principalmente, mais contratações.
O grave déficit de pessoal não é novidade. Há anos, o quadro de empregados encolhe, mesmo com o crescimento da demanda. Dados do Dieese de setembro de 2024 revelam a gravidade da situação: o banco apresenta déficit estimado de 121.871 trabalhadores.
No fim de 2014, a Caixa tinha pouco mais de 100 mil empregados. Em 2023, eram 86.962 empregados. No mesmo período, o número de clientes mais do que dobrou, de 71,7 milhões para 152,5 milhões. A conta não fecha. Enquanto o número de correntistas e poupadores cresceu em ritmo acelerado, o quadro de funcionários encolheu.
Resultado? Cada empregado passou a atender, em média, 1.753 pessoas, mais do que o dobro da média registrada em 2013. E o quadro piora cada vez mais. Atualmente, a instituição conta com apenas 83.307 empregados, além de 8.158 estagiários e aprendizes, que, apesar de colaborarem com o atendimento, não substituem a necessidade de trabalhadores efetivos.
Esta equação insustentável se traduz em atendimento precarizado, filas intermináveis, ambiente de trabalho estressante e aumento significativo nos casos de adoecimento físico e mental.
Soluções concretas
A promessa de reposição de pessoal com o concurso de 2024 reacendeu alguma esperança entre empregados e clientes. No entanto, as convocações seguem lentas, sem a transparência e a celeridade que a realidade exige.
O Sindicato da Bahia defende que uma das ações imediatas para amenizar o problema seria a retificação do edital do concurso de 2024, com a ampliação do cadastro de reserva. Isso permitiria a convocação de mais aprovados sem a necessidade de um novo concurso, acelerando o processo e aliviando parte da sobrecarga.
A entidade também exige planejamento de longo prazo. A Caixa precisa assumir responsabilidade social com seriedade. Como banco público, sua função vai além do lucro. A instituição está diretamente ligada ao desenvolvimento do país, à execução de políticas públicas e ao atendimento da população que mais precisa.
Chega de empurrar o problema
É inadmissível que um banco do porte e da importância da Caixa continue tratando o déficit de pessoal como algo secundário. A sobrecarga adoece os empregados e penaliza a população, que enfrenta longas esperas e serviços cada vez mais precarizados.