Ansiedade e burocracia travam acordos de dívida
Nem todo inadimplente é necessariamente um mau pagador. De acordo com estudo da Evollo, plataforma especializada em análise de voz e dados, 97% dos brasileiros endividados reconhecem os débitos e 77% demonstram intenção de quitá-los. Mas, a maioria esbarra em entraves emocionais, como a ansiedade, e a burocracia.
Por Ana Beatriz Leal
Nem todo inadimplente é necessariamente um mau pagador. De acordo com estudo da Evollo, plataforma especializada em análise de voz e dados, 97% dos brasileiros endividados reconhecem os débitos e 77% demonstram intenção de quitá-los. Mas, a maioria esbarra em entraves emocionais, como a ansiedade, e a burocracia.
Segundo o Serasa, mais de 72 milhões de brasileiros estão inadimplentes. Isso representa cerca de 40% da população adulta do país. Cartão de crédito, contas básicas e empréstimos estão entre as dívidas mais comuns.
Nem toda inadimplência está ancorada na falta de vontade de pagar. Há um padrão emocional recorrente. Pela análise de milhares de interações realizadas com consumidores endividados, a ansiedade está presente em 98% dos contatos. A vergonha surge em 60% das conversas e a irritação aparece em 44% dos casos.
Os sentimentos são provocados, sobretudo, por cinco fatores: pressão financeira imediata (65%); medo de impacto no crédito (58%); constrangimento pela situação financeira (60%); percepção de injustiça nos valores cobrados (40%); e falta de clareza no processo de cobrança (32%).
A pesquisa também aponta que muitos inadimplentes tentam renegociar as dívidas por conta própria. A iniciativa foi observada em 60% das interações. Mas, existem obstáculos como a falta de dinheiro, burocracia em excesso e propostas inflexíveis e fora da realidade financeira do devedor.