Investir em ciência é resistir

O governo Lula aprovou o retorno de 600 projetos de cientistas brasileiros que atuavam em 34 países, por meio do programa Conhecimento Brasil, coordenado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Por Julia Portela

O investimento na ciência nacional volta a ganhar força. O governo Lula aprovou o retorno de 600 projetos de cientistas brasileiros que atuavam em 34 países, por meio do programa Conhecimento Brasil, coordenado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). A iniciativa busca fortalecer a produção científica no país, resgatar talentos e mostrar aos profissionais em formação que é possível fazer ciência de qualidade com apoio e infraestrutura dentro do próprio território nacional.

 

Durante anos, o desmonte da ciência foi política de Estado. A lógica do ultraliberalismo — que trata a ciência como mercadoria e não como pilar do desenvolvimento — empurrou milhares de pesquisadores para fora do país. Faltaram investimentos, bolsas, reconhecimento e, sobretudo, uma política nacional de valorização da pesquisa.

 

A lógica capitalista hegemônica sempre foi a de exportar: produtos, recursos naturais e até cérebros. Para este modelo, é mais "eficiente" deixar que outros países acolham nossos profissionais, evitando o investimento necessário em educação pública, pesquisa e oportunidades. O resultado? Perdemos inúmeros trabalhadores altamente qualificados por falta de valorização.

 

A adoção de uma política que reconhece o valor destes profissionais e trabalha pelo seu retorno é um avanço que deve ser comemorado. É a ciência sendo tratada como prioridade, como instrumento de soberania nacional, geração de conhecimento e enfrentamento das desigualdades.