Soberania da AL em risco

O envio de tropas deve ser lido como parte de um projeto de recolonização militarizada da América Latina. A experiência histórica mostra que, sempre que os Estados Unidos deslocam frotas para a região, o resultado é instabilidade e submissão de governos nacionais. No caso brasileiro, aceitar isto seria abrir mão da soberania e permitir que o país seja enquadrado na lógica da “guerra permanente” norte-americana. 

Por Camilly Oliveira

A presença militar norte-americana na América Latina, sob o rótulo de “guerra às drogas”, é mais uma peça da velha engrenagem imperialista. O envio de mais de 4 mil militares ao Caribe e regiões próximas não se explica pelo combate ao narcotráfico, mas pela tentativa de reafirmar poder sobre o continente. 

 


Dados revelados pelo New York Times mostram que Trump assinou ordens secretas autorizando operações militares contra países latino-americanos, incluindo ataques aéreos, terrestres e marítimos. A justificativa do “fentanil” funciona apenas como uma máscara, o alvo real é a disputa geopolítica, com a Venezuela no centro da ofensiva e o Brasil sob pressão para aderir à classificação de grupos internos como “terroristas”.

 


O Brasil, ainda que não citado como alvo imediato, é peça-chave do tabuleiro. A cobrança norte-americana sobre o reconhecimento do PCC (Primeiro Comando da Capital) como organização terrorista não é inocente, abre espaço para legitimar futuras operações sob o pretexto de “segurança regional”.

 


O envio de tropas deve ser lido como parte de um projeto de recolonização militarizada da América Latina. A experiência histórica mostra que, sempre que os Estados Unidos deslocam frotas para a região, o resultado é instabilidade e submissão de governos nacionais. No caso brasileiro, aceitar isto seria abrir mão da soberania e permitir que o país seja enquadrado na lógica da “guerra permanente” norte-americana.