Funcionários do Santander avançam para plano estratégico
As estratégias de luta para enfrentar os desmandos do Santander, que têm fechado agências, demitido funcionários, contratado terceirizados e abusado da pejotização, deram o tom do Encontro Nacional dos Funcionários do banco, nesta sexta-feira (22/08), em São Paulo.
Por Ana Beatriz Leal
As estratégias de luta para enfrentar os desmandos do Santander, que têm fechado agências, demitido funcionários, contratado terceirizados e abusado da pejotização, deram o tom do Encontro Nacional dos Funcionários do banco, nesta sexta-feira (22/08), em São Paulo.
Antes, um debate pertinente. A conjuntura nacional. Participante da primeira mesa, o diretor do Sindicato dos Bancários da Bahia, Adelmo Andrade, alertou que é preciso eleger, nas próximas eleições, parlamentares comprometidos com a classe trabalhadora. Hoje o Congresso Nacional é extremamente reacionário.
Para organizar a luta, é fundamental compreender os dados. A economista do Dieese Vivian Machado apresentou o balanço no primeiro semestre de 2025. O lucro líquido somou R$ 7,5 bilhões, elevação de 18,4% em relação ao primeiro semestre de 2024. A unidade do Brasil gerou o segundo maior ganho da empresa.
Apesar da bonança financeira, o banco tem cortado custos assustadoramente. Entre 2019 e 2024, o número de trabalhadores no grupo Santander cresceu 16,4%, subiu de 47.819 para 55.646 empregados. À primeira vista, parece ser positivo. Mas, quando se trata exclusivamente de bancários, houve queda de 50,4%, caindo de 36.743 para 18.230. Isso prova que a empresa tem contratado, porém, terceirizados, sem direitos previstos na CCT (Convenção Coletiva de Trabalho).
No mesmo período, foram fechadas 301 agências do Santander em todo o país, saindo de 2.731 para 2.430, redução de 11%. Em um ano, de junho passado para o mesmo mês deste ano, 558 unidades encerraram as atividades, passando de 2.446 para 1.888 estruturas físicas de atendimento.
No encontro também teve espaço para uma análise de conjuntura geopolítica e os impactos no sistema financeiro, com destaque no avanço da inteligência artificial nos empregos bancários. O diretor da Federação da Bahia e Sergipe, José Antônio dos Santos, participou da mesa.
As conquistas dos trabalhadores também foram mencionadas. Como o aditivo à CCT, que teve as 42 cláusulas do acordo mantidas. A mobilização dos bancários também garantiu avanços, como a isenção da coparticipação no plano de saúde para Pessoas com Deficiência na ativa; suspensão das metas para quem retorna de licença saúde; abono de dois dias para internação hospitalar de filhos; pausa para amamentação; licença para acompanhar casos de saúde, sem contar com o PPRS (Programa Próprio de Resultados do Santander).
Depois do qualificado debate, os representantes dos trabalhadores do Santander vão elaborar um plano estratégico nacional e unificado para enfrentamento da gestão do Santander.