PLR do BB cai por calote do agro e ataques políticos
A queda de 40,7% no lucro do BB no primeiro semestre deste ano, em comparação ao mesmo período de 2024, expõe os impactos do calote do agronegócio e da escalada da inadimplência, especialmente no crédito rural.
Por Julia Portela
O pagamento da PLR (Participação nos Lucros e Resultados) aos funcionários do Banco do Brasil, realizado na sexta-feira (12/09), ocorre em um cenário de retrocesso político e econômico, no qual interesses do agronegócio e setores ultraliberais minam a estabilidade da principal instituição financeira pública do país.
A queda de 40,7% no lucro do BB no primeiro semestre deste ano, em comparação ao mesmo período de 2024, expõe os impactos do calote do agronegócio e da escalada da inadimplência, especialmente no crédito rural. O banco, responsável por mais da metade do financiamento ao setor, sofreu com a disparada da inadimplência, que atingiu 4,21% no segundo trimestre, impulsionando as provisões para perdas a R$ 15,9 bilhões, um aumento de 105%.
O estrago, no entanto, não se limita à inadimplência. Parlamentares alinhados ao capital financeiro e ao latifúndio utilizam redes sociais para disseminar ataques e mentiras contra o Banco do Brasil, criando um ambiente de instabilidade que prejudica a imagem da instituição e estimula a retirada de recursos por parte dos correntistas. O objetivo é claro: enfraquecer o banco público para abrir caminho à privatização.
A tentativa de desmonte também passa pelo bloqueio de linhas de crédito consignado e outras medidas que limitam o papel social e o alcance do BB na vida de milhões de brasileiros. Cada ação desta natureza atinge diretamente os trabalhadores e trabalhadoras do banco, que veem a PLR ser impactada por decisões políticas orientadas por interesses de mercado.
É urgente defender o Banco do Brasil como patrimônio público, estratégico para o desenvolvimento nacional e para o financiamento da agricultura familiar e das políticas sociais. O lucro do banco não é obra do acaso, mas do esforço coletivo de seus funcionários, que não podem pagar a conta do desmonte promovido por setores que querem privatizar tudo e entregar o patrimônio do povo ao capital especulativo.