Amanhã, dia de luta Saúde Caixa

A principal estratégia usada pelo mercado e pelo Centrão para fragilizar o banco é minar as estruturas internas de proteção social, a exemplo do Saúde Caixa.

Por Rose Lima

A Caixa, único banco 100% público do país, responsável por importantes políticas públicas como o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida, ainda sofre ameaças de desmonte e de privatização, mesmo durante o governo Lula.

 


A principal estratégia usada pelo mercado e pelo Centrão para fragilizar o banco é minar as estruturas internas de proteção social, a exemplo do Saúde Caixa. Enfraquecer o instrumento abre caminho para tornar o banco “mais palatável” ao apetite privatista que, há décadas, ronda a Caixa.

 


Dados do próprio banco revelam que o plano de saúde pode apresentar déficit entre R$ 500 milhões e R$ 700 milhões no fim deste ano. Para 2026, a projeção é de saldo negativo de R$ 700 milhões a R$ 900 milhões, mantidas as condições atuais.

 


Se os valores forem repassados integralmente aos empregados, o impacto será catastrófico: as mensalidades poderão dobrar de valor, algo que tornaria a permanência da maioria dos usuários inviável. Já hoje, trabalhadores e aposentados estão sufocados com os custos do plano que excedem, e muito, os 30% previstos em acordo.

 

 

Desmonte programado

 


No Saúde Caixa, o que se desenha é um desmonte programado. A instituição, que deveria ser a principal interessada em preservar o capital humano e fortalecer os vínculos com os empregados, impôs um teto de 6,5% da folha de pagamento para contribuição ao plano, restringindo a participação e forçando o desequilíbrio. 

 


Diante do cenário, nesta quarta-feira (17/09), o movimento sindical realiza um Dia Nacional de Luta em Defesa do Saúde Caixa. A intenção é pressionar a direção do banco durante as negociações do novo ACT (Acordo Coletivo de Trabalho). 

 


Além das atividades presenciais, os trabalhadores também devem participar de ações nas redes sociais, até sexta-feira (19/09), quando ocorre, em Brasília, nova negociação, a partir das 12h30.

A soberania em jogo 

 


É importante lembrar que a Caixa não está sozinha. Outras empresas públicas estratégicas, como o Banco do Brasil e a Petrobras, também seguem na mira da agenda ultraliberal, que vê nas instituições oportunidades de negócio, não de soberania nacional ou de desenvolvimento.

 


Por isso, é fundamental que as bancadas progressistas do Congresso Nacional, que representam os interesses dos trabalhadores, entrem nas discussões de forma mais incisiva. A defesa da Caixa como banco 100% público passa, necessariamente, pela preservação do Saúde Caixa, da Funcef e dos direitos dos empregados.