Inclusão social movimenta turismo
O gasto de brasileiros com viagens nacionais com pernoite chegou a R$ 22,8 bilhões ano passado, um crescimento de 11,7% em relação a 2023. Os dados, divulgados pelo IBGE, mostram os impactos positivos da ampliação da renda e do acesso ao lazer, direitos historicamente negados à maioria da população.
Por Julia Portela
O gasto de brasileiros com viagens nacionais com pernoite chegou a R$ 22,8 bilhões ano passado, um crescimento de 11,7% em relação a 2023. Os dados, divulgados pelo IBGE na quinta-feira (02/10), mostram os impactos positivos da ampliação da renda e do acesso ao lazer, direitos historicamente negados à maioria da população.
O avanço reflete a importância de políticas públicas que priorizem o bem-estar social, com geração de emprego, valorização do salário mínimo e ampliação da proteção social. Quando há melhora na qualidade de vida, o resultado aparece não apenas no consumo básico, mas também no direito ao descanso e ao lazer, essenciais para a dignidade da classe trabalhadora.
Ano passado, o gasto médio por viagem nacional com pernoite foi de R$ 1.843,00 contra R$ 1.706,00 em 2023. O gasto diário por pessoa também aumentou, passando de R$ 253,00 em 2023 para R$ 268,00 neste ano. Os números evidenciam uma retomada, ainda limitada, mas que reforça o papel do Estado na reconstrução da economia com foco na população e não nos lucros do capital financeiro.
Entre os destinos, o Nordeste se destacou com o maior gasto médio por viagem (R$ 2.523,00), seguido pelo Sul (R$ 1.943,00), ambos acima da média nacional. O dado é sintomático: quando há acesso, o povo ocupa os espaços e movimenta a economia real, aquela que gera empregos e oportunidades, não dividendos para acionistas.
Os números desmentem o discurso ultraliberal de que o Estado deve se ausentar da vida econômica. O crescimento do turismo é mais uma prova de que políticas públicas inclusivas geram resultados concretos para a população. Defender investimento social é garantir que o trabalhador tenha direito não apenas à sobrevivência, mas à vida com dignidade.