SUS entra numa nova era
O novo instituto no HC-USP nasce para atender casos de alta complexidade com tecnologia avançada e mostra que o Estado assume a responsabilidade de modernizar a rede pública sem deixar ninguém para trás.
Por Camilly Oliveria
O Brasil inicia a construção do primeiro hospital inteligente do SUS (Sistema Único de Saúde) e afirma que saúde pública também pode ocupar o centro da inovação nacional. O acordo de R$ 1,7 bilhão firmado entre o Ministério da Saúde, o governo paulista, a USP (Universidade de São Paulo) e o Hospital das Clínicas coloca o país na rota da medicina de precisão e depende apenas da aprovação final do Banco dos BRICS. O novo instituto no HC-USP nasce para atender casos de alta complexidade com tecnologia avançada e mostra que o Estado assume a responsabilidade de modernizar a rede pública sem deixar ninguém para trás.
O projeto faz parte de uma estratégia nacional que inclui 14 UTIs (Unidade de Tratamento Intensivo) de alta precisão distribuídas pelas cinco regiões e a atualização de unidades de referência no Rio de Janeiro e no Distrito Federal, segundo dados do Ministério da Saúde. A expansão rompe a lógica de que inovação sofisticada só existe no setor privado e recoloca o SUS como sistema capaz de liderar modelos modernos de cuidado. A articulação internacional com instituições de pesquisa e bancos de desenvolvimento dá lastro político e técnico a um plano que fortalece a estrutura pública e amplia acesso num país desigual.
Idealizado pela professora Ludhmila Hajjar, o hospital inteligente reduz tempo de resposta em emergências e cria um padrão de atendimento baseado em dados, equipamentos de última geração e terapias personalizadas. As tratativas iniciadas em março e aceleradas após visitas técnicas e negociações com a presidenta do Banco dos BRICS, Dilma Rousseff, mostram que o Brasil disputa espaço num cenário global onde tecnologia define qualidade de vida. O avanço marca um movimento estratégico: moderniza o SUS, projeta o país internacionalmente e demonstra que saúde pública pode ser o motor de um projeto nacional que combina inovação, soberania e justiça social.
