Debate de alto nível propõe novos paradigmas nas práticas políticas

O livro, com mais de 500 páginas, escrito durante a reclusão obrigatória do autor, imposta pela pandemia de 2020, mais que um convite instigante ao debate, é uma provocação para a necessária revisão de conceitos, ideias e práticas sociais.

Por Ney Sá

“Somos animais sociais e a forma de exercer nossas relações é a política”. (Beraldo Boaventura)

 

A reflexão sobre as práticas políticas na sociedade contemporânea foi a tônica do debate promovido pelo Sindicato dos Bancários na noite da quinta-feira, 27 de novembro, quando foi abordado o conteúdo do livro do ex-presidente da entidade, Beraldo Boaventura, que tem o sugestivo e desafiador título “Recriar as Prática Políticas: Construir uma Sociedade Decente”.

 

 

Além do autor, o tema foi debatido pela professora Débora Irineu, que é mestre em Geografia, compõe as diretorias da APLB-Sindicato e da CTB-BA e é secretária de Formação do PCdoB-Bahia. Na mesa debatedora, também a Dra. Iaraci Dias, bacharel em Direito, diretora de Políticas de Biodiversidade e Florestas, da Secretaria do Meio Ambiente da Bahia, integrante e uma das fundadoras do partido Rede Sustentabilidade (BA).

 

 

Para além da publicação – cuja versão impressa foi apresentada ao público pela primeira vez neste evento -, a análise proporcionada durante o debate transformou-se num momento de aprofundamento sobre temas sensíveis da humanidade, analisando o pragmatismo do nosso cotidiano político à luz de conceitos de filosofia, da ecologia e da história.

 

 

Cunhando com ênfase a ideia da eco-democracia, Beraldo defende a urgência – especialmente dos setores progressistas e da esquerda -, de se encontrar caminhos que rompam com os velhos paradigmas cartesianos, com o mecanicismo clássico, para a construção de uma abordagem sistêmica, colocando a ética na centralidade da política. Para o autor, “os paradigmas do passado passaram do prazo de validade”, resume Boaventura.

 

 

O livro, com mais de 500 páginas, escrito durante a reclusão obrigatória do autor, imposta pela pandemia de 2020, mais que um convite instigante ao debate, é uma provocação para a necessária revisão de conceitos, ideias e práticas sociais.